De OGLOBO.COM.BR
Incertezas ainda persistem na Europa com
indefinição política na Grécia
SÃO PAULO - O dólar comercial mantém sua trajetória de valorização frente ao
real nesta terça-feira. Por volta de 9h55m, a moeda americana subia 0,30%, sendo
cotada a R$ 1,9970 na venda e R$ 1,9950 na compra. Na segunda, o dólar comercial
rompeu a barreira psicológica de R$ 2,00, mas recuou no fechamento e encerrou
com alta de 1,73% cotado a R$ 1,9900 na venda e R$ 1,9880. Foi o maior valor
desde 10 de julho de 2009, quando o dólar fechou a R$ 2,002. O Ibovespa,
principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em queda na
contramão dos mercados externos, que dão uma trégua no pessimismo nesta manhã.
Às 10h11m, o Ibovespa caía 0,30% aos 57.366 pontos.
Na segunda, o dólar turismo fechou negociado a R$ 2,13 para venda e R$ 1,91
na compra, com alta de 2,89%. De acordo com cálculos da agência Bloomberg, o
real foi a moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar nesta segunda-feira,
num grupo de 16 moedas acompanhadas pela agência.
Na Europa, as Bolsas sobem. A notícia de que o PIB da Alemanha cresceu 0,5%
no primeiro trimestre, acima dos 0,1% esperados pelo mercado animou os
investidores. O crescimento da economia alemão evitou que a zona do euro
entrasse em recessão nos três primeiros meses do ano. A Comissão Europeia prevê
que a economia nos 17 países que utilizam o euro cresça apenas 0,3% este ano. O
índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, sobe 0,45%. O Cac, da Bolsa de Paris, sobe
0,63%; o FTSE, do pregão de Londres, ganha 0,09% e o Eurostoxx, que reúne as
principais blue chips da Europa, avança 0,45%. Apenas o Ibex, da Bolsa de Madri,
opera no negativo com perda de 0,31%.
Mas as incertezas na Europa persistem. Na Grécia, o impasse para a formação
de um governo de coalização persistem. Já é dada como certa a realização de
novas eleições em junho. Também os especialistas debatem se seria melhor o país
deixar a zona do euro. Uma ala defende a permanência da grécia no bloco. Isso
manteria o fluxo do pacote de ajuda para Atenas, evitando um calote nos títulos
públicos. Se a Grécia abandonar o euro, é provável que a a ajuda financeira
cesse e o país dê um 'calote' nos títulos da dívida pública.
- A saída da Grécia da zona do euro assusta os mercados porque é um evento
novo. Não se sabe como a União Europeia vai reagir. Se o pacote de ajuda cessar,
um calote dos títulos gregos é certo. E bancos que detêm esses títulos podem
mergulahr numa crise - avalia Raphael Martello, economista da consultoria
Tendências.
A Grécia decidiu pagar uma dívida de 450 milhões de euros que vence hoje e
que ficou fora do acordo de troca de bônus promovido pelo país em março. Um
calote num momento de instabilidade poderia provocar uma reação de pânico.
Na França, o novo presidente François Hollande tomou posse e viaja a Berlim
para discutir as medidas de austeridade da região com a primiera-ministra Angela
Merkel. Hollande, um socialista, defendeu em sua campanha ampliação do gasto
público para a retomada do crescimento econômico
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