- É importante que nós aprendamos que não se faz apedrejamento moral de ninguém. O governo não fez e não fará nenhuma avaliação e julgamento precipitado de quem quer que seja - disse a presidente.
Dilma deve se reunir ainda nesta quinta-feira com o ministro e o presidente do PCdoB, Renato Rabelo. A chegada da presidente está prevista para as 20h45m. Um pouco antes, vai ao ar o programa político do PCdoB que será usado para defender o ministro .
Ela afirmou ainda que viu no noticiário um elevado grau de imprecisão nas observações a respeito do governo em relação à crise. Disse ainda que chegaram a atribuir a ela afirmações que não procedem. Segundo ela, o que se precisa é ter sempre a noção da presunção de inocência das pessoas.
- Temos que ter um processo sistemático de investigação, de apuração de todos os mal feitos. Tem que sempre supor a presunção de inocência das pessoas. Analisarei tudo com imensa tranquilidade e tomarei as decisões necessárias. Não só para preservar o governo, mas para também para preservar os interesses do país.
Dilma Rousseff também ressaltou que o PCdoB é um partido muito importante para o país e para o governo. O desgaste das denúncias no ministério atinge não apenas o ministro Orlando Silva, mas também o partido, que comanda a pasta há quase nove anos, desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma afirmou que é uma tolice imaginar que o governo está fazendo julgamento do partido.
- O meu governo respeita o PCdoB. Dizer que o governo está fazendo julgamento de um partido é uma tolice. Acho que o PCdoB tem quadros absolutamente importantes para o país. Não vamos entrar em um processo irracional. Vamos apurar, investigar e punir, o que não significa demonizar quem quer que seja. (O PCdoB) é um dos partidos que lutaram pela democracia no Brasil.
O Palácio do Planalto já emitiu sinais de que seria melhor o PCdoB entregar logo o cargo e conduzir o processo de saída do ministro. Segundo interlocutores da presidente Dilma Rousseff, quanto mais demorar essa solução, mais o PCdoB e o governo ficarão fragilizados. O desgaste atinge não só o ministro, que está no foco de denúncias de irregularidades, mas todo o partido, uma vez que o PCdoB comanda a pasta há quase nove anos, desde o primeiro ano do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante toda a viagem à África, Dilma acompanhou com atenção todos os passos de Orlando Silva e a repercussão política da crise, tendo avaliado na quarta-feira que os esclarecimentos feitos por ele no Congresso foram adequados, porém não suficientes para afastar a pressão política pela sua saída.
Reportagem da 'Veja' afirma que o ministro do Esporte chefiava um esquema de corrupção para irrigar os cofres do PCdoB a partir do desvio de verbas públicas para ONGs de fachada. Os recursos eram destinados à compra de materiais esportivos para crianças carentes, por meio do programa Segundo Tempo, tocado pelo ministério desde o governo Lula. Uma das fontes da revista afirma, inclusive, que o próprio ministro teria recebido propina dentro da garagem do órgão, em Brasília. O ministro nega as denúncias e desafia acusadores a provar fraudes.
A Controladoria-Geral da União(CGU) apontou irregularidades em 67 convênios e o governo cobra mais de R$ 49 milhões em recursos desviados por ONGs, prefeituras e governos estaduais desde 2006.