Do ESTADAO.COM.BR
Beatriz Bulla, da Agência Estado
Bancos reapresentam proposta de reajuste de 6%; trabalhadores pedem 10,25%
SÃO PAULO - Após mais uma rodada fracassada de negociação com os bancos sobre
o dissídio da categoria, os bancários decidiram entrar em greve no próximo dia
18. Antes disso, o Comando Nacional dos Bancários fará uma assembleia no dia 12
e outra, na noite do dia 17. A expectativa da categoria é de que a Federação
Nacional de Bancos (Fenaban) apresente nova proposta antes disso e reabra as
negociações.
Nesta terça-feira, representantes dos bancários ficaram reunidos com a
Fenaban das 15h até o início da noite, sem que uma nova rodada de discussão
fosse marcada. "Não tivemos avanços hoje, o que significa que eles não estão
querendo resolver a campanha na mesa de negociação", avalia a presidente do
Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia
Moreira Leite. A Fenaban não quis dar entrevistas.
Os banqueiros reapresentaram a mesma proposta já comunicada na última semana,
de reajuste linear para salários, pisos e benefícios de 6%. A proposta passa
longe da reivindicação dos trabalhadores que pedem 10,25%, sendo 5% de aumento
real. "Os bancos vieram para a mesa e não apresentaram nenhuma outra proposta. A
gente já havia discutido essa proposta atual e dito que era insuficiente", disse
Juvandia. "Nós estamos dando prazo inclusive para que eles revejam a decisão.
Temos duas assembleias antes da greve e a Fenaban pode chamar o comando para
fazer nova proposta", completou.
Na semana passada, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, já havia alertado que a
categoria estava mobilizada para ir à greve caso o acordo fosse insatisfatório.
A expectativa do Comando Nacional dos Bancários era de que a Fenaban
apresentassem hoje nova proposta que se aproximasse mais das
reivindicações.
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