Da FOLHA.COM
MÔNICA BERGAMO (COLUNISTA DA FOLHA)
VALDO
CRUZ / NATUZA NERY, DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff vai dizer hoje, em seu pronunciamento sobre a
Independência, que o país já voltou a crescer e que seu governo adotará medidas
para reativar a economia, entre elas a redução das tarifas de energia elétrica.
A queda nas tarifas para os consumidores residenciais vai chegar na casa dos
15% se prevalecer número defendido por uma ala do governo.
Segundo a Folha apurou, Dilma definiu o índice em 16,2% e chegou a
gravar a primeira versão de seu pronunciamento com este número.
Até a semana passada, os técnicos trabalhavam com uma redução de 10% na conta
de energia residencial, mas assessores presidenciais defendiam que o percentual
fosse elevado para ficar mais próximo do que será concedido para a indústria.
Para o setor industrial, a redução deve variar de 12% a 28% --a média deve
ficar na casa dos 20%.
O corte na tarifa da indústria vai variar de acordo com a tensão. As empresas
de uso intensivo de energia, como alumínio, podem ter uma diminuição de até 22%.
A medida será anunciada formalmente na próxima terça, em encontro da
presidente com um grupo de empresários no Palácio do Planalto
Na ocasião, será editada medida provisória retirando encargos federais da
conta de energia e autorizando a renovação de concessões de usinas
hidrelétricas.
Em seu pronunciamento, a presidente vai listar o que já foi feito pelo
governo para enfrentar a crise econômica internacional, como as reduções de
impostos e as concessões de rodovias e ferrovias.
Vai anunciar ainda as novas medidas, como a redução da tarifa de energia
elétrica e a inclusão de mais setores no grupo de empresas beneficiadas pela
desoneração da folha de pagamento.
Dilma vai destacar que, apesar de ter sido atingido pela crise, o Brasil
manteve desemprego baixo no período e que, a partir de agora, o país voltará a
crescer mais fortemente.
O governo avalia que a economia estará crescendo num ritmo de 4% no final
deste ano, o que não impedirá, porém, que o país cresça abaixo de 2% durante
todo ano.
Dilma vai lembrar ainda que, em seu governo, o Banco Central reduziu os juros
de 12,5% para 7,5% desde agosto de 2011, fazendo com que a taxa real caísse para
a faixa de 2% --meta que antes imaginava conseguir no fim de seu governo, mas
que foi possível antecipar por causa da desaceleração econômica.
DETALHES
16%
deve ser a queda na conta de luz para o consumidor residencial
20%
deve ser, em média, a redução na tarifa para a indústria. Para
o setor de alumínio, por exemplo, a queda pode chegar a 22%
IMPOSTOS
Para possibilitar a redução na conta de luz, serão
anunciados cortes de encargos federais
ANÚNCIO
Terça-feira, 11 de setembro, em encontro da presidente
Dilma com empresários
CONCESSÕES
A presidente deve anunciar também a renovação de
concessões das usinas hidrelétricas
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