Do UOL
DENISE LUNA, DO RIO
A descoberta do pré-sal jogou um holofote em cima da Petrobras para o mundo,
mas atrapalhou o desenvolvimento de outros campos.
A avaliação é de especialistas no setor, que vêm percebendo um declínio acima
do esperado na produção da empresa nas áreas fora da cobiçada região.
A alardeada autossuficiência atingida em 2006 já foi perdida e, pela primeira
vez em 13 anos, a companhia registrou prejuízo.
Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura, neste ano a produção deverá
ser menor do que a de 2011, situação que não ocorria desde 2007, quando a
empresa produziu mil barris a menos do que no ano anterior.
Plataformas com capacidade para 180 mil barris diários hoje produzem apenas
70 mil b/d, e a empresa precisa de mais empregados do que as suas principais
concorrentes para produzir um barril de petróleo.
Em meio à estagnação da produção, a estatal tem sido obrigada a importar
derivados de petróleo para suprir o mercado interno.
A medida é reflexo da falta de refinarias, afirma o ex-diretor de Exploração
e Produção da estatal, Wagner Freire.
Segundo ele, o deficit da balança comercial brasileira do setor (a diferença
entre o que o país exporta e o que importa de derivados de petróleo mais o gás
boliviano) ficará negativo em cerca de US$ 8 bilhões neste ano -ou seja, o
Brasil vai comprar mais que vender.
Em 2011, esse deficit foi de US$ 5,5 bilhões.
A empresa tem importado principalmente diesel, cujo abastecimento chegou a
ficar comprometido nas últimas semanas de agosto.
Para evitar a falta do produto, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) teve que
interceder e orquestrar um acordo entre distribuidores e a estatal, para afinar
a oferta com a demanda.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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