Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Um mau comportamento do balanço da Petrobras no
segundo trimestre já era esperado pelos analistas de mercado. Mas era apenas uma
queda no lucro, não um prejuízo de mais de R$ 1,3 bi (o lucro há um ano foi de
R$ 10,9 bi). As razões já são sobejamente conhecidas e podem ser definidas com
poucas palavras : o uso da empresa como instrumento de política econômica do
governo, tanto para aceleração de investimentos como para o combate à inflação.
O primeiro efeito desse resultado, além do natural estresse na bolsa, deverá ser
a liberação para a empresa aumentar mais os combustíveis nas suas refinarias,
agora sem a possibilidade de o governo compensar esse reajuste nas bombas com
cortes na CIDE. O imposto já está zerado. Esse dado deverá necessariamente de
ser considerado pelo Copom do BC em sua próxima reunião, no fim do mês, quando
se espera uma nova baixa na Selic de 0,5%. A inflação parece que começa a
apertar o cerco. Do ponto de vista político, a Petrobras, sem outra saída,
começa a explicitar a "herança maldita" dos recentes tempos de bonança.
A presidente da Petrobras pretende - ou pretendia - indicar uma pessoa de confiança para a diretoria internacional da empresa, como já fez em outras substituições promovidas por ela na diretoria herdada de José Sérgio Gabrielli. Acontece que o ex-diretor, Jorge Zela, era da cota do PMDB na empresa. E o PMDB de Minas, dono da vaga esse tempo todo, tinha outro candidato que não o de dona Graça Foster. Como os mineiros peemedebistas são considerados peças-chave na candidatura de Patrus Ananias, apadrinhado de Dilma, à prefeitura de BH, firmou-se o impasse. Para que lado penderá o coração da presidente : para o de sua amiga Graça ou de seu interesse eleitoral em dar uma lição nas urnas a Aécio Neves e Eduardo Campos ao mesmo tempo ?
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