Do ESTADAO.COM.BR
Reuters
Série de indicadores ruins traz riscos para o país; PIB do 2º trimestre deve crescer apenas 0,2%
BERLIM - Após três anos de crise da dívida na zona do euro, a economia alemã
estagnou e há alguns temores de que o país pode cair em recessão no segundo
semestre deste ano.
Durante a semana passada, a maior economia da Europa foi afetada por uma
série crescente de dados ruins, mostrando declínios nas encomendas
manufatureiras, produção industrial, importações e exportações.
Num alerta incomum feito nesta sexta-feira, o Ministério da Economia afirmou
que esses números e a forte queda do sentimento do empresário nos últimos meses
apontavam "riscos significativos" para as perspectivas da Alemanha.
Na próxima terça-feira, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo
trimestre devem mostrar um crescimento modesto de aproximadamente 0,2%. Mas o
perigo de recessão no segundo semestre do ano está aumentando, dizem
economistas, em tempos em que o bloco monetário da Europa precisa
desesperadamente de crescimento de sua potência.
A desaceleração carrega riscos para a chanceler alemã, Angela Merkel, que irá
buscar o terceiro mandato nas eleições de daqui a um ano, e pode influenciar a
opinião pública sobre a estratégia de combate a crise, especialmente se o
nascente aumento do desemprego acelerar.
"A economia alemã está perdendo força - não há dúvidas sobre isso - e no
terceiro trimestre a economia irá encolher em relação ao segundo trimestre",
afirmou o economista-chefe do Commerzbank, Joerg Kraemer.
"As coisas vão piorar a partir de agora. A economia alemã não está indo tão
mal quanto o resto da zona do euro, mas não pode se desconectar, especialmente
com o crescimento na China desacelerando e continuando assim."
A Alemanha é conhecida pelo crescimento liderado pelas exportações, mas a
crise da zona do euro atingiu seu maior mercado. Quase 40% das exportações do
país vão para seus parceiros do bloco monetário e 60% para países da União
Europeia como um todo.
A China, um dos mercados da Alemanha que mais cresce e que representa quase
7% das exportações alemãs, também está desacelerando. Dados da China divulgados
nesta semana mostraram que a produção industrial cresceu no ritmo mais lento em
três anos, que os novos empréstimos estão na mínima em dez meses e que o
crescimento das exportações ficou muito aquém das expectativas.
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