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Lisandra Paraguassu, de O Estado de S. Paulo
Vencimentos extras foram criados quando a capital do País ainda era no Rio
de Janeiro
Vencimentos extras foram criados quando a capital do País ainda era no Rio
de Janeiro
BRASÍLIA - O Senado aprovou na noite desta quarta-feira, 9, em votação
simbólica, o Projeto de Decreto Legislativo que termina com os chamados 14º e
15º salários dos parlamentares. A proposta vai agora para a Câmara dos
Deputados.
Os salários extras, recebidos pelos parlamentares no início e no final de
cada ano, foram criados quando a capital do País ainda era no Rio de Janeiro. A
justificativa era que deputados e senadores mudavam-se para a capital federal
todo início de ano e voltavam para casa no final dos trabalhos parlamentares, em
uma época em que o transporte era muito mais difícil. Até hoje, no entanto, o
pagamento era mantido. "Não existe hoje mais qualquer justificativa para isso",
alegou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), relator do projeto na Comissão de
Assuntos Econômicos.
A proposta, da então senadora Gleisi Hoffmann, hoje ministra da Casa Civil,
causou revolta em alguns parlamentares quando começou a ser discutida. O senador
Ivo Cassol (PP-RO) - que nesta quarta defendeu a proposta, dizendo que os
parlamentares "não precisam mais disso" - foi um dos que reclamou. Durante a
votação na CAS, Cassol pediu vista e reclamou que políticos no Brasil eram
"muito mal remunerados". "Político no Brasil é muito mal remunerado! Tem que
atender ao eleitor com pagamento de passagens, remédio, é convidado para patrono
e tem que pagar as festas de formatura porque os jovens não têm dinheiro",
disse, à época.
O decreto ainda deixa aos parlamentares dois salários extras, um no início do
mandato, outro ao final, como auxílio para mudança de residência. O fim dos
salários extras representará uma economia de R$ 4,3 milhões de reais anualmente
no Senado e outros R$ 27, 3 milhões na Câmara dos Deputados.
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