De OGLOBO.COM.BR
Na Europa, Bolsas sobem, com exceção de Madri,
onde a situação dos bancos espanhóis causa preocupação
SÃO PAULO e NOVA YORK - Depois de iniciar operações em baixa nesta
teça-feira, o dólar comercial inverteu o sinal e passou a operar em alta. Há
pouco, a moeda americana subia 0,30%, cotada a R$ 1,987 na compra e R$ 1,989 na
venda. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)
abriu a terça-feira em alta. Às 10h35m, o índice subia 0,56% aos 55.522
pontos.
Na segunda, com pouco volume de negócios no mercado de câmbio por causa
feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, o dólar se desvalorizou frente ao
real pelo quarto dia consecutivo. A moeda americana fechou em queda de 0,60%
cotada a R$ 1,981 na compra e R$ 1,983 na venda. Nos últimos dias, quando a
moeda chegou a R$ 2,10, o Banco Central mudou de estratégia e passou a ofertar
contratos de swap cambial, o que equivale vender moeda no mercado futuro.
Segundo analistas, a pressão sobre o dólar vinha do mercado futuro com empresas
à procura de hedge (proteção) contra a variação cambial.
- O BC atuou para estancar a volatilidade da moeda, que prejudica planos de
empresas - disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Na Europa, as Bolsas operam em alta, com exceção do pregão de Madri, que se
desvaloriza com preocupações crescentes sobre a situação dos bancos espanhóis. O
índice Ibex, da Bolsa de Madri, perde 2,33%; o índice Dax, da Bolsa de
Frankfurt, avança 0,78%; o Cac, de Paris, tem ganho de 0,63% e o FTSE, da Bolsa
de Londres, se valoriza 0,28%.
O Ibex é puxado pela desvalorização de ações de bancos como o Bankia, Banco
Popular Español e da produtora de petróleo Repsol. O Bankia precisará de 19
bilhões de euros de dinheiro público para sanear seus balanços. Para piorar a
situação, indicadores da economia espanhola divulgados nesta terça vieram piores
do que o esperado. Os gastos do consumidor e os investimentos em construções
indicam que a queda no Produto Interno Bruto (PIB) vai continuar no segundo
trimestre deste ano, repetindo o desempenho dos dois trimestres anteriores. O
instituto nacional de estatísticas espanhol informou também que as vendas no
varejo do país caíram 9,8% em abril, ante o mesmo mês do ano passado.
Mas o otimismo se sobrepõe à situação espanhola com as notícias positivas que
vêm da China. O mercado repercute as informações de que governo da China adotará
mais políticas para o estímulo da economia. Segundo o jornal China Times, foi
aprovada uma série de grandes projetos, principalmente no setor de energia
limpa. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal instituição
de planejamento econômico do país, aprovou mais de cem projetos somente no
último dia 21 de maio, diz o jornal.
Além disso, na segunda-feira, o governo chinês assinou uma série de medidas
permitindo que investidores privados participem as reestruturações de empresas
estatais, com aportes de capital, compra de participação, aquisição de ações
conversíveis e empréstimos. O ministro do Comércio da China, Chen Deming,
afirmou também que o país se tornará o maior mercado consumidor do mundo em
2015. O volume das vendas no varejo deve ultrapassar ois US$ 5 trilhões, graças
à aceleração da taxa de urbanização do país e ao aumento da renda das pessoas.
As informações, segundo a agência de notícias oficial do país, a "Xinhua".
Na Ásia, as principais bolsas fecharam em alta, novamente puxadas por
expectativas de que o governo da China adotará mais políticas para o estímulo da
economia. Segundo um jornal chinês, a China aprovou mais de cem projetos de
infraestrutura, especialmente de energia limpa. Na Bolsa de Hong Kong, o índice
Hang Seng, fechou com alta de 1,35%, a 19.055,46 pontos, enquanto o Xangai
Composto fechou com avanço de 1,20% a 2.389,64 pontos, na China. No Japão, o
índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, avançou 0,74%, a 8.657,08 pontos.
Nos EUA, os preços de moradias para uma única família subiram em março. Foi o
segundo avanço consecutivo. Para analistas, o indicador é sinal de estabilização
no mercado imobiliário americano. De acordo com pesquisa da S&P/Case
Shiller, o índice composto de 20 regiões metropolitanas avançou 0,1% em março,
segundo dados ajustados sazonalmente. O número, apesar de melhor, veio abaixo
das expectativas dos economistas, que esperavam alta de 0,2%. Em bases não
ajustadas sazonalmente, o índice ficou inalterado.Os preços nas 20 cidades
caíram 2,6% na base anual, uma melhora em relação ao declínio de 3,5% visto no
mês anterior. Ainda assim, a maioria dos índices fechou o primeiro trimestre em
novas mínimas pós-crise, segundo o relatório. Para o primeiro trimestre, os
preços recuaram 2%, comparado ao declínio de 3,9% nos últimos 3 meses de
2011.
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