Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
A última ata do Copom do BC, divulgada na
quinta-feira, desencadeou, mais uma vez, a discussão sobre se o governo teria
abandonado ou não a meta de inflação como um dos pilares da política econômica.
O Copom admite que o centro da meta, de 4,5%, não será mais alcançado nem em
2012, nem em 2013, nem no primeiro semestre de 2014. Como o câmbio está sempre
vigiado pelo BC, e deixou de ser flutuante para valer há tempo, e como o
superávit primário tem sido alcançado a bordoadas certo artificialismo, estaria
então, no governo Dilma definitivamente esquecido o tripé que sustentou a
economia brasileira desde 2000.
..a meta é o crescimento
Não há surpresa quanto a isso - só se surpreende
quem não acompanha os movimentos da presidente Dilma. Pode-se entender que ela
sempre se alinhou com a corrente dita desenvolvimentista. E é o que ela e sua
equipe estão revelando. O governo, tem, na realidade, um meta de crescimento,
que, pelas declarações públicas das autoridades, é de no mínimo 4% para os
próximos dois anos. Coincidentemente é o período que a sucessão presidencial
começará a pegar fogo com Dilma tendo no seu encalço naturalmente um
oposicionista, além do governador Eduardo Campos e o fantasma de Lula. Assim, as
metas da estabilidade econômica serão adaptadas tanto às circunstâncias
econômicas quanto às da política.
Não é obrigação
São muitos os economistas que defendem, nas
circunstâncias atuais, a flexibilização das metas. Muitos dizem mesmo que "o
primário" está demais. O problema não é o governo trocar de parâmetros. É fazer
isso de forma envergonhada, sem dizer oficialmente, dando a impressão de que não
está seguro quanto à necessidade e ao acerto das mudanças. Afinal, as metas não
são uma norma rígida - são um compromisso político assumido por ele. Ninguém vai
ser preso se não cumprir. Do modo que leva causa insegurança nos agentes
econômicos. O que pode explicar boa parte da cautela dos investidores. Como
mostram os dados do PIB, ele vem caindo desde o final de 2010.
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