Da FOLHA.COM
DA REUTERS, EM BRUXELAS
A zona do euro evitou a recessão no início de 2012, mas a crise da dívida da
região afetou com força as economias da França e da Itália, ampliando a
diferença em relação à Alemanha.
O PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro estagnou no primeiro trimestre,
de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pela Eurostat, a agência
de estatísticas da UE.
O resultado foi um pouco melhor do que a expectativa de economistas, que
previam um recuo de 0,2%, e foi o suficiente para evitar uma recessão técnica
após uma contração de 0,3% nos últimos três meses de 2011.
Uma expansão surpreendentemente forte de 0,5% da Alemanha, maior economia da
Europa, salvou o bloco da recessão, mesmo que a economia da França tenha
estagnado e a Itália tenha reportado uma contração de 0,8%, acima da expectativa
de recuo de 0,6%.
"A Alemanha está guiando o bloco, mas isso não significa que nós teremos uma
recuperação forte, a austeridade não irá embora e as economias do sul da Europa
estão realmente em dificuldade", disse o economista sênior do Saxo Bank Mads
Koefoed.
"Nós estamos olhando para algo entre estagnação e crescimento muito pequeno
no ano que vem", afirmou.
PREJUÍZOS
Mal recuperados da crise financeira de 2009, empresas e famílias em grande
parte da Europa estão sendo prejudicadas novamente, ao passo que os governos
estão cortando gastos para diminuir déficits orçamentários e as empresas estão
congelando planos de investimento.
Apesar de dois encontros feitos este ano e outro planejado para a próxima
semana, os líderes da UE têm sido incapazes de encontrar um caminho de volta ao
crescimento.
Muitos países do sul da Europa estão se voltando contra as medidas de
austeridade, com enormes protestos de rua em Madri e com a população apoiando
partidos políticos radicais nas recentes eleições da Grécia.
FIM DO OTIMISMO
O otimismo em janeiro de que a zona do euro se recuperaria rapidamente em
2012 foi afetado por contrações inesperadas na manufatura, confiança do
consumidor e sentimento do empresário, enquanto um em cada dez trabalhadores da
região está sem emprego.
"A economia da zona do euro (...) não deve se recuperar tão logo", disse o
economista do Citigroup em Londres Jurgen Michels.
A economia da Alemanha, impulsionada por exportações de maquinário de
precisão e de carros de luxo, recuperou-se da contração de 0,2% vista nos
últimos três meses de 2011.
Áustria, Eslováquia e Finlândia também tiveram crescimento pequeno.
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