Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Convenhamos. Lula disse ao final de 2008 que a
economia brasileira sofreria apenas os abalos de uma "marolinha" frente ao
tsunami internacional. Depois de implementar medidas de estímulo
econômico provou-se que o ex-presidente estava certo. O estilo Dilma é mais
discreto, muito embora seja mais diretamente atuante na definição das medidas
que devem ser tomadas para resguardar a economia brasileira. Só que desta vez os
efeitos da crise internacional serão mais sentidos por aqui. Os preços das
commodities não estão mais no pico, os investidores estrangeiros
reajustam suas carteiras resgatando recursos investidos em ativos brasileiros e
a confiança doméstica deve ser negativamente afetada pelo fraco crescimento da
economia brasileira. O dólar é o melhor indicador da evolução dos fatos e será
dele que extrairemos os principais custos políticos e econômicos que o país
incorrerá nas próximas semanas. É hora de atenção e cautela.
Falta qualidade
?
Até os "desenvolvimentistas" do governo admitem que
é preciso haver certo nível de ajuste fiscal - grosso modo, economia nos gastos
para abater a conta de juros - normalmente um discurso próprio dos
"conservadores neoliberais". Porém, mesmo tendo abraçado o discurso, o
ministério da Fazenda continua atrás de mágicas para não ter de ir mais fundo no
corte de despesas oficiais, em princípio para não comprometer a meta da
presidente Dilma de fazer o PIB nacional "bombar" em pelo menos 4,5% ao final de
2012. Da cartola fazendária em prol do superávit primário continuam saindo,
entre outras contribuições para as contas públicas fecharem, o aumento dos
dividendos repassados pelas empresas estatais e o crescimento do uso dos
depósitos judiciais - até agora este item nas contas já aumentou 20% em relação
ao ano passado. Está na hora de se discutir um pouco mais a qualidade do ajuste
fiscal e não apenas os números alcançados. No fundo, são contas que ficam para
serem acertadas no futuro.
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